Ao longo do ano, fiquei diante da televisão mais tempo do que eu
gostaria, mas menos do que seria necessário para fazer um balanço
completo do melhor e do pior que aconteceu. Por isso, montei uma
retrospectiva bem pessoal, sem a ambição de cobrir todo o seletor de
canais, com os destaques, positivos e negativos, da minha aventura
diante do aparelho em 2010.
Publico hoje a segunda parte, dedicada aos melhores, aos
surpreendentes e aos mais que se destacaram, para o bem ou para o mal. A
primeira parte, dedicada aos piores, pode ser lida
aqui:
Melhor aposta:
A MTV segue apostando em seus formatos curtos e originais, abrindo
espaço para uma nova e talentosa geração. Marcelo Adnet já é um dos
grandes nomes do humor brasileiro. Os programas “Comédia MTV” e “Furo”,
para citar dois, fazem a alegria do diminuto, mas barulhento, público
da emissora.
Piada nova: No ano em que foi anunciada a suspensão
do humorístico “Casseta & Planeta”, uma nova geração ganhou espaço
na Globo. Bruno Mazzeo, Fabio Porchat e turma estrearam “Junto e
Misturado”. Apesar do horário ingrato (quase meia-noite) e da
estreia hesitante, o programa ganhou corpo e levo fé que ainda vai fazer muita graça por aí.
Novela ioiô:
A malvada Clara se redimiu e voltou a ser vilã. O vigarista Fred se
tornou um gênio dos negócios. Danilo foi um viciado em drogas que nunca
sentiu prazer. Gerson tinha um segredo: gostava de ver pornografia na
internet. Totó foi o protagonista mais Mané da história da
teledramaturgia brasileira. Clô Sousa e Silva se mudou para uma mansão
sem interfone. “Passione”, de Silvio de Abreu, foi a novela mais
engraçada e criticada do ano.
Progresso real:
Demorou, mas a Record começa a dar sinais de que aprendeu a fazer
reality show. “A Fazenda 3” teve bom elenco, edição mais enxuta e
horário certo para começar. Só falta o Britto Jr. descobrir o que fazer…
Apesar do sucesso da terceira edição, o
melhor personagem do ano foi o ator Igor Cotrim, que brilhou no início de 2010, na “Fazenda 2”.
Efeito bumerangue:
No esforço de manter o frescor, o BBB10 confinou um drag-queen, um gay e
uma lésbica assumidos, mas terminou com a vitória daquele que Boninho
chamou de “ogro”. O lutador Marcelo Dourado, por sinal, participou pela
segunda vez,
outra questionável inovação. Para 2011, o diretor prometeu liberar a “porrada”, mas foi obrigado a voltar atrás.
Inspiração ou cópia?: O formato americano de comédias inspirou a linha de montagem global em 2010. Foram várias as tentativas.
A melhor de todas, de longe, foi “A Vida Alheia” , sobre o mundo das revistas de celebridades. Também houve
“Separação” e “S.O.S. Emergência”, entre outras. Para muitos espectadores, a Globo simplesmente
copiou formatos bem-sucedidos, como “Scrubs” e “Dirt”.
Ai ai, ui ui: Na véspera do
aniversário de 80 anos
de Silvio Santos, Hebe Camargo declarou seu amor pela Rede Globo e deu
adeus ao SBT. Foi o momento mais simbólico deste ano terrível do
empresário e apresentador. Depois de perder a vice-liderança do mercado
para a Record, o “homem do baú” assistiu a quebra do banco PanAmericano,
com um rombo de R$ 2,5 bilhões, e deu em garantia todo o patrimônio do
seu grupo
De volta para o futuro: O brasileiro adora novela, mas é visível a existência de uma crise no gênero. O sucesso da
datada “Vale Tudo”
, reprisada no canal pago Viva, mostra a carência do público. Uma
solução de emergência, também adotada com frequência cada vez maior, é o
“remake”. Este ano foi a vez de
“Ti-ti-ti”, recriada com frescor e inteligência.
Tentativa e erro:
Com muito menos cacife que as rivais, Band, RedeTV e Gazeta correm por
fora, no esforço de morder um pedacinho da audiência. A melhor aposta
da Band foi o bom jornalístico “A Liga”, cujo formato pertence a uma
produtora argentina. Na RedeTV,
o vice-presidente estreou
como apresentador , algo para se esquecer. E na Gazeta, a novidade que
causou maior barulho foi a despedida de Palmirinha, do “TV Culinária”.
Caixinha sem surpresas: Em mais um ano de muito
futebol na televisão, o espectador sofreu como nunca com a falta de
inspiração de narradores, comentaristas e repórteres. Desafiado pelo UOL
Esporte,
passei 16 horas seguidas zapeando diante da TV e pude constatar como o boleiro sofre.
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foi!!!!!!!!!!!! é novidade!!! ♥♥♥♥